quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Projeto Lata 65 - Uma iniciativa portuguesa que transforma idosos em grafiteiros


Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa
Os idosos que antes acostumados a fazer a arte milenar do crochê ou tricô, conversando e vendo televisão bem acomodados, agora estão praticando uma arte bem movimentada, a “ street art” ou  “grafite”.

Tudo começou com o Projeto Lata 65, que é realizado nas ruas de Lisboa, em Portugal e promove oficinas para os idosos com mais de 65 anos, ensinando-os técnicas de intervenção urbana e grafite em paredes e muros, e contribui para quebrar os estereótipos relacionados com a idade. 

O projeto foi criado no ano de 2012, pela arquiteta portuguesa Lara Seixo Rodrigues, 36, quando era co-fundadora do WOOL (Festival de Arte Urbana da Covilhã, em Portugal), na época Lara foi desafiada a fazer um workshop de arte urbana para a 3ª idade. E o que chamou a atenção foi o público mais interessado, “os idosos”, eles demonstravam maior entusiasmo pelas oficinas. 

A iniciativa mostra que a idade é apenas um número. “O resultado tem sido impactante. O que nós percebemos é que usamos a arte para atingir pontos na vida dos idosos que não podíamos imaginar", salienta Lara. 

O Projeto Lata 65 veio para transformar os idosos em verdadeiros artistas de rua.

Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

Lara enfatiza: “Claramente o 'Lata 65' se apresenta como um projeto de inclusão e integração deste grupo etário, eles percebem a rua, a cidade onde vivem. O projeta os desperta para a arte na sua generalidade". 

As atividades com os idosos começam com workshops, onde eles aprendem a história do grafite e o que é a arte urbana. Na sequência, eles criam as próprias marcas, os stencils (tipo de folha de papel fino que serve para moldar os desenhos) e só depois é que vão às ruas para pintar as paredes da cidade de Lisboa, onde o projeto acontece. Usam tudo que aprenderam e experimentam a sensação de liberdade, expressa na arte do grafite.

A coordenadora do projeto destaca que desde o primeiro workshop é possível e desejável despertar, motivar e entusiasmar os mais idosos através da arte urbana, apresentando a estas gerações, novas atividades, novas técnicas, ditas dos mais jovens, como forma de escape e quebra de rotinas, gerando qualidade, jovialidade e bem estar em suas vidas. 

“Há idosos que não desenham há 50, 60 anos, e estão se superando, uma enorme transformação, muitas pessoas chegam desgastadas com a vida, cabisbaixas e tristes. E a partir do momento que vão para a rua, começam a pintar como crianças, super felizes. Eles dizem que é uma experiência para toda a vida”, argumenta Lara Rodrigues. 

Ela reflete: “O que nós percebemos é que usamos a arte para atingir pontos na vida dos idosos que não podíamos imaginar. Luísa, uma das integrantes, assina como 'Armando' em homenagem ao marido falecido".

Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

A média de idade dos participantes do projeto é 72 anos e o mais idoso tinha 102. Apesar das oficinas serem abertas a todos os idosos, a maior parte dos alunos são mulheres, que após participarem sentiram-se melhor. Isabel Paço, 53 anos, do Porto, diz: “Eu estava me sentindo longe de tudo, um bocadinho depressiva”. Ela acrescenta: “As diferentes experiências e o aprendizado são benéficos para os mais velhos, porque nos mantém atualizados. Nos sentimos felizes, ativos, vivos, uteis".

Eduardo Machado, 70, um dos poucos homens a se interessar, que depois de aposentado passou a experimentar cerâmica e aquarela. Ele ressaltou: “Sempre admirei os grafites feitos por essa gente nova. Alguns fazem rabiscos a vida toa, mas outros se aperfeiçoam. Eu nunca tinha me imaginado assim, no meio da idade pintando uma parede. Aconteceu".

As oficinas do "Lata 65" são realizadas em ambientes de trabalho totalmente descontraídos, ideais para a aprendizagem das mais variadas técnicas de intervenção nas ruas. Os participantes são acompanhados por artistas de renome da atualidade.

Foto: Reprodução/Workshops/Lata 65/Lisboa

Segundo Lara Rodrigues, o principal objetivo do Lata 65, é conectar as gerações mais velhas e mais jovens através da arte, ajudando-os a se envolverem em novas formas de arte contemporânea de uma maneira leve e divertida. “Costumo dizer que a lata de spray de tinta tem algo de mágico que não sei explicar. Todo mundo gosta de experimentar e o idoso não é exceção”. 

O grupo espalha criatividade pelos murais dos bairros. Lugares antes degradados e abandonados transformaram-se em ambientes cheios de beleza, vida e cor. O Lata 65 veio para eliminar os “clichês” sobre a arte de rua e ampliar os adeptos ao grafiti, uma arte inclusiva carregada de expressão das ruas.

Lara Rodrigues já viajou por diversas cidades em Portugal, Estados Unidos, entre outras. O projeto sem fins lucrativos é financiado pela venda de merchandising, como camisas e broches pela internet. A própria logomarca do Lata 65 foi desenhada por uma participante, que passou a sair sozinha para pintar os muros e chegou a ser detida pela polícia. Ela morreu em 2015.


Foto: Reprodução/merchandising/Lata 65/Lisboa

No Brasil a iniciativa aconteceu em São Paulo, em outubro de 2015, na edição do Serviço Social do Comércio (Sesc/Santana). 

Os cursos têm duração de oito a dez horas, divididas em dois dias, de acordo com estas etapas: 

- A primeira parte do curso é a teórica visual (aprendem sobre a história do grafite, quem foram os precursores, quais as técnicas existentes, etc. 

- A segunda é a prática, e os idosos aprendem a preparar moldes e saem para pintar o muro.

* Os idosos que apresentam dificuldades motoras e que precisam ser ajudados são incentivados.

Veja o talento dos grafiteiros do Projeto Lata 65

Foto: João Fortunato/Lata 65/Lisboa
O despertar para a arte... Na melhor idade.

Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa 
Street art... Um motivo para viver o inusitado.


Foto: Rui Gaiola/ Lata 65/Lisboa

A arte de rua não tem idade. Criatividade...


Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

Grafitar... Um simples detalhe faz a diferença!

Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

Proximidade com a arte contemporânea... Concentração... Eis que surge um novo artista.


Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

O grupo interage com as cores... Natureza... Descontração...


Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa

Projeto Lata 65. A vida em unidade com a arte. Uma bela iniciativa!


Foto: Reprodução/Lata 65/Lisboa
Com informações da Folha de São Paulo/O Dia/Hypeness/Iberoamerica/

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sony cria lente de contato que captura imagem e projeta vídeo ao piscar o olho


Foto: Reprodução
Um usuário de lente de contato comum jamais imaginaria que um dia a sua lente poderia gravar imagens com uma câmara minúscula, e depois rever, quando bem quisesse. 

O imaginário está prestes a tornar-se real. A Sony criou uma patente de lente de contato que grava vídeos e move-se ao movimento do olho.

Um detalhe interessante dessa nova lente de contato é que a mesma difere de outras lentes e óculos, que permitem acesso à internet e criam uma realidade aumentada. A nova patente da Sony apresenta um sistema com capacidade de captura de imagens e armazenamento de dados dentro da própria lente. A gravação é ligada e desligada ao piscar o olho.
Foto: Reprodução
A câmara possui sensores capazes de identificar se o olho está piscando intencionalmente, de forma natural ou involuntariamente, a ação deliberada ativa a câmara. As imagens são gravadas num dispositivo interno da lente, possibilitando acessibilidade com maior rapidez e facilidade.

De acordo com informações do site Futurism, a patente segue a tecnologia sofisticada de projetos anteriores da gigante tecnológica que utiliza sensores piezoeléctrico que convertem energia mecânica em energia elétrica. Os movimentos dos olhos são lidos por esses sensores para ativar a câmera ou as gravações.

Os detectores ainda permitem que a bateria receba carga através dos movimentos dos olhos, via indução eletromagnética, e uma corrente elétrica será produzida por um condutor móvel através de um campo magnético. A lente também terá capacidade de ajustar-se aos olhos do usuário e utilizar o foco automático no caso de imagens embaçadas

Foto: Reprodução
As informações dão conta de que a Sony, Samsung e Google vem desenvolvendo projetos neste sentido desde 2014. A tecnologia ainda é teórica e avançada, mas com a quantidade de companhias buscando desenvolver os dispositivos necessários para patentes similares, não deve demorar para que essas lentes se tornem realidade, porém não se tem previsão de quando vão chegar ao mercado.

Segundo a Leisure Management, essa inspiração parece ter saído da temporada britânica, The entire history of you, de Black Mirror. Os personagens conseguem registrar acontecimentos que se passam diante de seus olhos através de uma lente e as imagens ficam armazenadas em um grão colocado atrás de suas orelhas.

Foto: Reprodução
Com informações do Vírgula Uol/24 horas New/Minds/Leisure Management/ Futurism

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Sebrae vai contratar aposentados: experiência vence o preconceito

Foto: Reprodução
Aposentados terão possibilidade de conseguir uma oportunidade de trabalho através do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que vai contratar 510 aposentados para as vagas de consultor de crédito.

As vagas serão disponibilizadas para pessoas experientes que trabalharam na rede bancária, nas áreas de análise de crédito e atendimento à pessoa jurídica.

Os candidatos selecionados atenderão a micro e pequenas empresas e caso aprovados terão possibilidade de assinar contrato com o Sebrae, com duração até dezembro de 2018.

O contratado poderá trabalhar na sua residência, e receberá a quantia de R$ 453 reais por empresa atendida, com este dinheiro o aposentado vai poder aumentar a sua renda familiar.
Foto: Agência Brasil














As inscrições podem ser feitas pelo site do Sebrae.
  
A seleção dos candidatos vai até o dia 15 de fevereiro e será por análise e currículo, e experiência comprovada. 

O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 9 de março.

Caso o número de aprovados ultrapasse o estipulado por Estado, será feita uma lista classificatória, considerando a seguinte pontuação: atuação como gerente de clientes pessoa jurídica (2 pontos por ano); atuação como gerente de clientes micro e pequenas empresas (3 pontos por ano); atuação como gerente-geral de agência com clientes pessoa jurídica (4 pontos por ano); atuação como analista de crédito (5 pontos por ano); e atuação como analista de crédito de micro e pequenas empresas (6 pontos por ano).

Foto: Revista Istoé
Segundo o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a seleção vai na contramão das práticas no mercado de trabalho. A oportunidade é uma forma de combater o preconceito contra o idoso. “O que eu tenho assistido é empresas fazendo PDV [Programas de Demissão Voluntária]. Normalmente eles buscam tirar os mais velhos. Há um grande preconceito contra que é mais velho no mercado. Nós estamos indo na direção contrária. O mais velho para nós é muito importante”.

Citando estatísticas do próprio Sebrae, Afif Domingos enfatizou que a intenção é aproveitar a experiência dessas pessoas. “Essa é a turma que sabia dar crédito sem precisar olhar o computador, porque era olho no olho. Hoje, graças à moderna tecnologia, quem dá crédito é o computador. O gerente está absolutamente amarrado às regras. Isso faz com que 83% das pequenas empresas não tenham acesso ao crédito”, afirmou, citando estatísticas do próprio Sebrae.

Afif declarou ainda que após passar pela consultoria, os pequenos empresários vão contar com o aval da entidade para solicitar crédito junto ao banco. “Passando pelo crivo desse agente especial, o empresário passa a ter a vantagem de ter o aval do Sebrae, substituindo a garantia [em forma de bens]. O Sebrae tem um grande fundo de aval, com patrimônio de R$ 780 milhões".

Na opinião do aposentado Mário Luiz Pegoraro, 74 anos, presidente da Associação nacional de Aposentados (APOSEN), a iniciativa do Sebrae é positiva. Argumentou também que  o próprio valor das aposentadorias influencia na decisão de os aposentados buscarem uma reintegração ao mercado. “É a recolocação no emprego. Nos Estados Unidos, existe uma associação de aposentados que, antes mesmo de as pessoas se aposentarem, começa a consultar o que ela gostaria de fazer".
Foto: Reprodução

"Mas o tempo passa tão depressa... O tempo é algo inexplicável ... Momentos em que ele passa depressa... Momentos em que simplesmente não passa"...


Foto: Agencia Brasil

Ainda há tempo!


O mercado de trabalho encara um candidato com mais idade, com um certo desprezo. Quem está desempregado quando busca uma recolocação, encontra pela frente um desafio enorme, e não sabe o que fazer para conseguir um emprego, perto da idade de se aposentar.

A boa notícia é que empresas sérias, modernas e dinâmicas estão a apostar na meia idade.
Foto: Reprodução
Estas empresas estão investindo na terceira idade através de planejamentos estratégicos, e chegaram à conclusão que estes profissionais são mais experientes, levam mais a sério tarefas que a chamada geração Y não tem paciência de fazer, e por sua vez são mais compromissados.

Os programas voltados para a empregabilidade de idosos tem alcançado cada vez mais pessoas que antes não tinham oportunidade no mercado de trabalho, pois o pré-requisito "idade", passou a ser um ponto negativo.

A oportunidade gerada por estas empresas, tem demonstrado que o importante não é a idade em si, mas a experiência e o potencial do empregado. A iniciativa tem contribuído nas novas oportunidades de emprego, para quem já viveu por mais de meio século. 


Foto: Reprodução
Não é à toa que essa faixa etária é conhecida como: "a melhor idade". Ao contrário do que se pensa, ter idade avançada é uma mais valia, quando se tem força de vontade e persistência. 
Foto: Reprodução
Segundo a equipe do Carreiras Emprego, experiência, assiduidade e valores pessoais fazem da terceira idade um público competente para continuar trabalhando. Uma dica para quem tem mais de 50 anos é exalar experiência numa entrevista de emprego, falar sobre as qualidades, vivências, e mostrar que tem muito para aprender. E por último, participar de cursos, palestras, Worshops, e atualizar-se.

Foto: Think Stock
Aportou na terceira idade ou melhor idade:  Mantenha o entusiasmo e a energia. O seu tempo é hoje!

Foto: Extra

Com informações do Sebrae/ Agência Brasil/Revista Istoé/Huffington Post 
Mais dicas sobre o mercado corporativo: Carreiras.Empregos.com.br

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Jangada Literária: ajudando a construir um país de leitores

Foto: Blog Jangada Literária

A leitura engrandece a alma, já dizia Voltaire (escritor francês). O contato com os livros ajuda a formular e organizar uma linha de pensamento. O hábito de ler está ligado a gostos pessoais, entretanto, seja por prazer, estudar ou manter-se informado, a prática da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a interpretação. 

O escritor brasileiro Monteiro Lobato, nos deixou uma herança literária e frases importantes, entre as quais: "Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê” - "Um país se faz com homens e livros". 

Pensando nesta necessidade primordial do ser humano desenvolver diversas habilidades, cinco organizações não governamentais uniram-se em prol do Projeto Jangada Literária, com o apoio do Instituto C&A de Desenvolvimento Social, através do Programa Prazer em Ler. O projeto surgiu oficialmente no ano de 2013, e tem por objetivo garantir o direito à leitura de crianças e adolescentes em Fortaleza (CE). 
Foto: Blog Jangada Literária 
O Projeto Jangada Literária concentra-se na busca da leitura como direito humano para crianças e adolescentes. Uma espécie de polo, com o propósito de promover a democratização e o acesso à leitura. Inicialmente cinco bibliotecas uniram-se, com a missão de levar o prazer da leitura para comunidades carentes. 

As atividades acontecem nas sedes das Organizações Não Governamentais, que passaram a contar com espaços de leitura que antes eram utilizados somente por frequentadores da região, depois transformaram-se em bibliotecas comunitárias que atendem os bairros: Jardim Iracema, Álvaro Weyne, Presidente Kennedy e Padre Andrade em Fortaleza e São Gonçalo do Amarante, região metropolitana. 

Outras ações são desenvolvidas nas bibliotecas: mediação de Leitura, empréstimos, devolução de livros, pesquisas, entre outras atividades.

Foto: Blog Jangada Literária
O Polo é formado pelas bibliotecas comunitárias:

· Biblioteca Comunitária Jardim Literário;

· Biblioteca Comunitária Criança Feliz;

· Biblioteca Comunitária Famílias Reunidas;

· Biblioteca Comunitária Sorriso da Criança;

· Biblioteca Comunitária Leônidas Magalhães;

· Biblioteca Comunitária Literateca.



Foto: Blog Jangada Literária
" O futuro das organizações e nações, dependerá cada vez mais de sua capacidade de aprender coletivamente" (Peter Senge).

Que está por vir:

As Ongs estão centradas em construir futuramente o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca de Fortaleza (PMLLLB), um documento cujas diretrizes irão garantir a democratização do acesso ao livro e à leitura. O plano gera possibilidades de investimento na cadeia do livro: Escritores, Ilustradores, Bibliotecas públicas, Comunitárias, Escolares, Bibliotecários, Mediadores de Leitura e demais atores.

No entanto, para alcançar esse objetivo foi necessário o polo mobilizar o Poder Público e a Sociedade Civil, promovendo diálogos através de Encontros, Seminários e outros espaços que tornam possíveis a construção de um país de leitores.

O trabalho com as comunidades conta com o apoio dos voluntários. A bibliotecária Socorro Sales destaca a necessidade de mediadores de leituras para as bibliotecas. “Além de ler com as crianças, os mediadores irão trabalhar na organização do acervo, realizar empréstimos, receber devoluções, pesquisa... Muitas vezes nós, que trabalhamos na biblioteca, temos a necessidade de resolver assuntos externos, mas, há dificuldade para sair. Nos faltam pessoas para cuidar e atender aos leitores”.

Com informações Agência da Boa Notícia

Repensando o tema "leitura" - Segue uma coletânea de pensamentos e frases célebres, com imagens para você apreciar:




"De livro em livro viajo o mundo com parada obrigatória em todas as dimensões existentes no universo" (Isa Colli).




“O livro não é apenas um espelho que reproduz nossas ideias, é algo que instigue e estimula o pensar”.









segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Buraco de ozônio está se recuperando – Planeta no caminho da cura



Foto: NASA
Cientistas conseguiram provas que a camada de ozônio está a se recuperar pela primeira vez. O buraco sobre o continente austral se reduziu em quatro milhões de quilômetros quadrado, quase a metade do Brasil.

Nunca se viu um resultado tão animador, desde que todos os países do mundo assinaram o protocolo de Montreal, que proibia o uso de gases que destroem o ozônio atmosférico. Foram três décadas de incertezas. 

Segundo os investigadores, o máximo histórico foi no ano 2000, quando alcançou os 25 milhões de quilômetros quadrados. Em outubro do ano passado a camada de ozônio sobre a Antártida voltou a crescer, causando preocupação quanto ao futuro do nosso planeta.

Em 2016, o buraco de ozônio encolheu 4 milhões de quilômetros quadrados, desde o seu ápice, em 2000. Os investigadores pensavam que o aumento registrado em outubro passado aconteceu devido à erupção do vulcão Calbuco, no Sul do Chile. Estes fenômenos naturais danificam o ozônio, com a temperatura nas camadas elevadas da atmosfera, prejudicando os resultados das medições.  Os vulcões não emitem CFC, e sim, uma grande quantidade de pequenas partículas que elevam a atmosfera e favorecem as reações que destroem o ozônio.

Foto: NASA
As pesquisas também revelaram, que a principal causa da recuperação foi o protocolo de Montreal, que proibia os compostos orgânicos clorados (clorofluorcarbonos, CFC), que eram usados na limpeza a seco, na refrigeração e em sprays. Ao serem substituídos por outros igualmente eficazes e inofensivos para a atmosfera, deixaram de causar danos ao meio ambiente, e por sua vez ao planeta.

A geóloga Susan Solomon, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), pioneira nas pesquisas sobre a destruição do ozônio, há 30 anos, liderou um estudo publicado na Revista Science, juntamente com os colegas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, de Boulder (Colorado), e da Universidade de Leeds, no Reino Unido. O trabalho combina observações por balões e satélites com avançados modelos matemáticos.

Foto: NASA/Medições do balão meteorológico
Solomon apresenta evidências de que a camada do ozônio está demonstrando sinais de recuperação. “Agora podemos acreditar que as coisas que estamos fazendo colocaram o planeta no caminho da cura".  A pesquisadora acrescenta confiante. “Isso diz bastante sobre nós, não? Não somos assombrosos, os humanos, que criamos uma situação depois de decidirmos coletivamente, como mundo, que iríamos eliminar essas moléculas? Pois as eliminamos, e agora estamos vendo que o planeta responde”.

Ela salientou.“Esse é um lembrete de que quando o mundo se junta podemos resolver os problemas ambientais”. Disse ainda. “Acho que devemos dar os parabéns a nós mesmos pelo bom trabalho".

Foto: NASA

Ozônio: um gás protetor contra a radiação violeta


Os efeitos sobre a saúde são visíveis nas camadas altas da atmosfera quando acontece a perda de ozônio. O gás é uma proteção natural contra a radiação ultravioleta da luz solar, que causa câncer de pele, catarata e danos ao sistema imunológico.

Segundo as estimativas das Nações Unidas, o protocolo de Montreal evitará dois milhões de casos de câncer de pele desde sua entrada em vigor até 2030. Outro fator importante é que a perda do ozônio afeta todas as latitudes, porém é mais grave nos polos, e sobretudo na Antártida, que é onde se mede a magnitude do buraco.

Vídeo, com o olhar em três dimensões/NASA

Buraco de Ozônio


Descoberto na década de 1950, porém sua gravidade foi confirmada nos anos oitenta.  O buraco na camada de ozônio aumenta todos os anos entre o final de agosto e início de setembro, chegando ao seu tamanho completo no mês de outubro, durante a estação da primavera, bastante propícia para a destruição do ozônio nas camadas altas. Ele varia a cada ano, tendo em conta as reações químicas que causam a destruição, e que são sensíveis aos raios solares, temperatura e nuvens que cobrem a estratosfera. 

Os cientistas da NASA criaram uma visualização 3D em alta resolução mostrando os complexos refluxos e correntes do dióxido de carbono na atmosfera da Terra durante um ano
O desafio para os pesquisadores é perceber os pequenos sinais de recuperações. Solomon e outros cientistas apresentaram vantagens de medir o buraco da cama de ozônio no mês de setembro, pouco depois de a Antártida começar a sair do escuro inverno austral. A luz é necessária para as reações que danificam o ozônio.

“Descobrimos que setembro não tem uma variação meteorológica tão intensa como acontece em outubro, e que é um mês sensível às atividades vulcânicas”, conta Solomon.

Após análises, o buraco diminuiu em setembro, 4.5 milhões de quilômetros quadrados desde 2000. Solomon enfatizou. “Descobrimos que pelo fato de haver menos cloro na atmosfera, o buraco da camada de ozônio está se abrindo dez dias depois do que o esperado”, e isso gera um grande efeito nas médias registradas em setembro”.

Ao comentar sobre a investigação o coautor Ryan Neely, professor de ciência atmosférica em Leeds, destacou que o escopo do estudo permitiu à equipe "quantificar os impactos separados de poluentes emitidos pelo homem, de mudanças na temperatura e nos ventos, e de vulcões no tamanho e na magnitude do buraco de ozônio da Antártida".

Neely completou: "Observações e modelos de computador concordam. A cura do ozônio da Antártida começou".

A química Susan Strahan, especializada em atmosfera da NASA e que não estava envolvida no estudo, concorda que as evidências são bem animadoras. “É o surgimento de uma tendência”, disse ao Gizmodo. Susan salienta. “Ainda é cedo para dizer exatamente como a recuperação irá continuar. Isso porque os clorofluorcarbonetos que estão na atmosfera se degradam em ritmos diferentes. Enquanto alguns deles já sumiram, outros irão demorar décadas para se decompor. 
Strahan concluiu “Eu acho que muitas pessoas acham que as questões ambientais sempre acabam mal. Nesse caso, a recuperação irá acontecer, mas levará tempo". 
Representação do ozônio (O3) sendo quebrado pelo cloro. Imagem NASA Scientific Visualization Studio.
Foto: NASA/Cientistas observam primeiros sinais de que a camada de ozônio se recupera

 

Ajude a preservar a camada de ozônio:


1º) Verifique seu extintor de incêndios. Caso o modelo que você adquiriu contenha o ingrediente principal halon” ou “hidrocarbonetos halogenados”, encontre um centro de coleta de materiais perigosos para reciclá-lo e compre um modelo sem este composto químico nocivo à camada de ozônio.

2) Não adquira produtos aerossóis com clorofluorcarbonetos (CFC), mesmo que os CFCs tenham sido banidos ou reduzidos em várias de suas aplicações, a única maneira de ter certeza é verificando o rótulo em todos os seus sprays fixadores, desodorantes e produtos químicos domésticos.

3) Conserte a sua geladeira, freezer e ar condicionado imediatamente após qualquer sinal de avaria/problema. Esses equipamentos usam um produto químico nocivo à camada de ozônio e os vazamentos liberam um produto químico na atmosfera. 

4) Priorize transportes como o metrô e bicicleta. O CO2 emitido pelos escapamentos de carros e ônibus também tem a capacidade de causar danos à camada de ozônio.

5) Economize energia - desligue a luz de ambientes que você não está usando. Tenha atenção em retirar aparelhos da tomada quando não estão em uso.
O Protocolo de Montreal está ajudando a "selar" o buraco de ozônio/ SCIENCE / VÍDEO: QUALITY
A camada de ozônio protege a superfície da Terra da radiação ultravioleta emitida pelos raios solares (Nasa/ThinkStock/VEJA)
Com informações do Elpaís/Gilzmodo/BBC Brasil/Revista Science/Vida Sustentável

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Semiárido Solar: uma realidade no Sertão da Paraíba

Foto: Reprodução/Painel Solar
A energia fotovaltaica chegou nos municípios de Sousa, Pombal e Patos através do projeto "Fortalecimento de alternativas em áreas vulneráveis aos efeitos negativos das mudanças climáticas no semiárido paraibano", cujo nome fantasia é Semiárido Solar. 

O projeto foi celebrado pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS) e Cáritas Brasileira, e tem os apoios da Katholische Zentralstelle fUr Entwicklungshilfe e.V. (MISEREOR) uma instituição fundada pela Igreja Católica da Alemanha que apoia projetos de desenvolvimento realizados por entidades eclesiais, organizações não governamentais, cooperativas e organizações de base na América Latina, África e Ásia, e do Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (CERSA).

De acordo com o Atlas Solarimétrico do Brasil, o Sertão da Paraíba é uma das regiões de maior irradiação solar do país. A implantação do Projeto Semiárido Solar tornou possível aproveitar a intensidade dos raios solares.


Foto: Reprodução/Prof. Heitor Scalambrini
Semiárido Solar é coordenado por Heitor Scalambrini, Prof e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutor em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica (CEA/França). 

Segundo Heitor Scalambrini, o projeto iniciou em janeiro de 2016 e tem previsão de terminar em 20 meses.

Eixos básicos do Semiárido Solar:

➧ Incidência Política: 

Responsável por analisar a legislação existente com relação as energias renováveis nos estados nordestinos, onde é levado em conta a participação do poder local, os municípios, prefeituras, câmara de vereadores e a sociedade organizada: sindicatos, associações de moradores, associações profissionais, entidades empresariais, entre outras. 

O envolvimento local na temática das mudanças climáticas e o uso de fontes renováveis de energia, em particular, a energia solar, são considerados de suma importância para a realização do projeto. 

➧ Instalação de unidades:

instalação das unidades demonstrativas em áreas rurais e urbanas tem por objetivo mostrar a importância das tecnologias sociais no enfrentamento das mudanças climáticas. 

As tecnologias fotovoltaicas utilizadas no projeto são: tecnologias solares para eletrificação de cercas para contenção de bovinos, caprinos e ovinos, bombeamento de água, iluminação pública, eletricidade solar conectada à rede de distribuição, além da implantação de fogões eficientes e biodigestores. 

➧ Demonstrativas e Capacitação: 

Oficinas, cursos de extensão, seminários, que serão realizados para atender a demanda de diferentes públicos ao longo do projeto.

Foto: Reprodução/PainelSolar
Atividades previstas para atender os objetivos do projeto: 


→ Incidir junto a prefeituras e Governo do Estado na formulação de políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas. 

→ Implantar tecnologias sociais apropriadas às áreas rurais e urbanas usando biomassa e energia solar fotovoltaica como fontes de energias renováveis. 

→ Capacitar e habilitar pedreiros, eletricistas, estudantes, técnicos agrícolas, na área de enfrentamento às mudanças climáticas, convivência com o semiárido e uso de energias renováveis. 

→Promover e participar de eventos que discutam questões relevantes de interesse ao semiárido como energia, água, mudanças climáticas, entre outros.

Com informações:

Observatoriosc.org.br/pratica/semiarido-solar


fmclimaticas.org.br

Instituições:

Cersa: (www.cersa.org.br). 

Misereor: www.misereo.org

Caritas brasileira: www.caritas.org.br

Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social FMCJS: www.fmclimaticas.org.br