quinta-feira, 20 de abril de 2017

O encontro das águas do Velho Chico com o Açude de Boqueirão

Transposição do Rio São Francisco. Foto: Reprodução
Finalmente o Velho Chico teve o seu merecido encontro com a Bacia Hidráulica do Açude Epitácio Pessoa, o conhecido Açude de Boqueirão. As águas da transposição chegaram ao espelho d’água do açude por volta das 20h desta terça-feira (18).

O açude de Boqueirão estava com 2,9% de sua capacidade, o pior nível desde a sua fundação, no fim da década de 1950. A chegada das águas do Rio São Francisco trouxe a esperança da barragem sair do volume morto em até três meses. Além de abastecer o município de Boqueirão, o açude também abastece 1 milhão de habitantes da cidade de Campina Grande e outras 18 cidades da Paraíba.

O encontro das águas aconteceu após 41 dias da chegada das águas do “Velho Chico”, a cidade de Monteiro, na Paraíba. Ao entardecer era possível identificar a divisão da afluência das águas, de um lado, a água mais clara, e do outro, a água mais escura, que era justamente a água da transposição do Rio São Francisco.

Encontro das águas do Velho Chico à esquerda, com as águas do açude de Boqueirão, à direita. Foto: Artur Lira/G1)
Segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), o Açude de Boqueirão tem capacidade para armazenar até 41.686.287 de m³ de água, mas está apenas com pouco mais de 11, 9 milhões, e para sair do volume morto, ele precisar ficar com o nível de água acima de 8,2%.

O pior índice registrado em uma crise hídrica anterior ocorreu no fim da década de 1990, quando o açude chegou à margem de 14% do volume total. Porém, nunca o açude havia chegado ao volume morto antes.

A torre construída para auxiliar no monitoramento do volume do açude estava completamente descoberta. Por outro lado, as duas comportas que captavam a água no fundo do açude por meio da gravidade já não tinham mais água no entorno.

Torre construída para calcular volume d’água do açude de Boqueirão. PB. Foto: Reprodução

Velho Chico: integração, vida e segurança hídrica

De acordo com o Portal Brasil, a integração do Rio São Francisco irá garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O empreendimento de 477 quilômetros de extensão está orçado em R$ 9,6 bilhões.

O projeto conta com 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 Quilowatts, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis.

É composto por dois eixos de distribuição, Leste e Norte. As obras do Eixo Leste, que contempla Monteiro (PB) e Sertânia (PE), percorrem no total 168 municípios da Paraíba e de Pernambuco, garantindo abastecimento de água a 4,5 milhões de pessoas.

Canal da transposição desaguando no eixo leste da obra em Pernambuco. Foto: Reprodução

O Ministério da Integração Nacional ampliou em 23% o volume de repasses para as obras do Eixo Leste, o que assegurou a entrega dentro do prazo: as obras físicas, necessárias para a passagem da água, foram concluídas em dezembro de 2016.

Já o Eixo Norte apresenta 94,52% de avanço físico e deve ser concluído no segundo semestre deste ano. Com 260 quilômetros, o eixo beneficiará cidades nos quatro estados contemplados, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A previsão é de que a água chegue ao reservatório de Jati (CE) e à Região Metropolitana de Fortaleza ainda em 2017.


Os caminhos da transposição

Pequena quantidade d’água a passar no canal da transposição se confunde com a terra seca: Foto: Artur Lira.G1

A água da transposição do Rio São Francisco chegou à cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viajou por 208 quilômetros até chegar a cidade paraibana. 

Captada pelo Rio São Francisco a água passa por seis estações elevatórias, cinco aquedutos, 23 segmentos de canais e ainda 12 reservatórios, que foram criados com o objetivo de beneficiar as comunidades onde foram construídos e também garantir que a água não pare de correr pelos canais, caso seja necessário fazer algum reparo no trecho. 

Alegria do jovem sertanejo no canal da transposição. Foto: Reprodução
Os 12 reservatórios são: Areais, Braúnas (o maior deles, com capacidade para mais de 14 milhões de metros cúbicos de água), Mandantes, Salgueiro (5,2 milhões de m³), Muquem, Cacimba Nova, Bagres, Copití, Moxotó, Barreiro, Campos (o segundo maior com 8 milhões de m³) e Barro Branco.

A passagem da água do Velho Chico pela Paraíba começa por Monteiro pelo Rio Paraíba, e através dele segue pelos açudes de São José I e Poções, ainda na cidade de Monteiro; pelo açude de Camalaú; pelo açude de Boqueirão; pelo açude de Acauã, em Itatuba; pelo açude de Araçagi e depois segue para um perímetro irrigado no município de Sapé.

Com a chegada das águas o Açude São José I sangrou. O açude Poções está com um volume de 6,6%, o açude de Camalaú está com 14,4%, o açude de Boqueirão está com 3%, o açude de Acauã está com 5,3% e o açude de Araçagi está com 71,3%.


Açude São José sangrou após fortes chuvas em Monteiro. Foto: Guga Leite

O Rio São Francisco não trouxe apenas esperança para o povo da Paraíba, por onde passa o Velho Chico deixa um rastro de ânimo e alegria, espalha gotas de fé e vida no Sertão. É o início de um novo tempo.

Deslumbramento do sertanejo com a chegada das águas do Velho Chico. Foto: Reprodução 
Água para quem tanto precisa… Esperança para seguir em frente…

Águas do Rio São Francisco chegando à bacia de Boqueirão.PB. Foto: Isnaldo Cândido.Arquivo pessoal

A terra seca foi inundada em poucos minutos…

Foto: Reprodução
O Velho Chico… Deu o ar de sua graça.

Foto: Reprodução
Finalmente as águas da transposição chegaram ao espelho d’água do açude.

Foto: Reprodução
Açude de Boqueirão, no ano de 2008, e antes da transposição do Rio São Francisco.

Foto: Damião Tomé.Aquivo Pessoal e Artur Lira.G1
Com informações: G1 / Jornal da Paraíba / Portal Brasil

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Como andar sem Poesia?


Foto: Reprodução
Emmanuel Marinho, nasceu em Dourados (MS). Poeta, ator e educador, considerado uma das maiores referências da cultura de Mato Grosso do Sul. 

Eu escolhi um dos seus poemas, por sinal, bem sugestivo, para abrir com chave de ouro a página Arte & Cultura.

                                           Boas Notícias

encher a casa de beleza
e de conhecimentos.

olhar a cor de um quadro 
aquela cor dizer alguma coisa. 

ler um bom filme, um livro 
e ser perturbado pelo belo. 

plantar uma horta 
sabendo que jardim faz bem. 

ter discernimento 
da água e do árido. 

ler numa avenida 
“gentileza gera gentileza.” 

poder rir com as coisas doces 
e doer com as amarguras. 

ler além das letras 
ver o avesso das palavras. 

ser com elas 
e com a música.


sábado, 1 de abril de 2017

Infraero estende horário de funcionamento do Aeroporto de Campina Grande

Foto: Reprodução/Fachada do Aeroporto Presidente João Suassuna/Campina Grande-PB
O Aeroporto Presidente João Suassuna, em Campina Grande, no agreste da Paraíba vai funcionar 24 horas por dia, a partir deste sábado (1). Até então o aeroporto funcionava entre 0h a 18h.

O objetivo é possibilitar o atendimento a possíveis demandas da aviação civil, seja de aeronaves da aviação regular ou de operações da aviação geral. 

De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), este horário estendido poderá passar a ser opção para qualquer voo, inclusivamente, em casos de voos alternados, mudança de rota, atendendo a qualquer companhia aérea ou aviões executivos que tiverem necessidade de pousar.

Foto: Reprodução/Aeroporto Presidente João Suassuna/Campina Grande-PB










O aeroporto fica distante seis quilômetros do centro da cidade, seu acesso é através da Avenida Assis Chateaubriand.

Atende atualmente voos da Gol Linhas Inteligentes e Azul Linhas Aéreas Brasileiras. 

A Gol, opera dois voos, um com destino a São Paulo, com escala em Petrolina (PE), chegando às 2h10 e partindo às 2h55. O outro segue para o Rio de Janeiro (RJ), com uma escala em João Pessoa, chegando às 15h45, saindo às 16h25. 

A Azul opera para Recife, com chegada às 14h10, saindo às 15h37. 

Segundo informações da Infraero, em 2016, o Aeroporto Presidente João Suassuna, registrou 128.149 embarques e desembarques. Os números de pousos e decolagens chegaram a 3.405. 

Com informações G1/Paraíba todo dia/Infraero