MÍD & HIST

Foto: Reprodução
Abro as cortinas do tempo e apresento-vos a página Mídias & Histórias de uma forma diferente e especial. Não sou eu que vou contar esta história e sim um dos personagens, que faz parte da mesma. O texto na íntegra foi escrito pelo mestre Gilson Souto Maior.

HISTÓRIA DO RÁDIO 
Eu e amigos 

Iniciei a minha trajetória no jornalismo – e haja tempo – foi no século passado, em 1965, exatamente em janeiro. A carteira de trabalho somente foi assinada em 15 de junho do mesmo ano. Recebi, no início de carreira, o apoio de muita gente. Até hoje, não sei como agradecer. Kalil Félix, Costa Sobrinho, Clóvis de Melo, Severino Félix (Biu da Rádia), MacDowel Holanda, Jurandir Araújo, Severino Gomes (Sansão), José Félix, Evandro Barros, Ari Ribeiro, Fernando Maia Maia, Arlindo Nóbrega, Giovani Diniz, Antônio Cardoso, Magidiel Lopes, foram dentre outros meus primeiros amigos. Uma coisa eu senti, quando cheguei na Rádio Caturité. 

Mas, preciso lembrar dois nomes, que jamais vou esquecer, pelo muito que fizeram durante minha carreira profissional. Eles me orientavam, incentivavam, gostavam mesmo da minha pessoa. Foram sim importantes na minha formação neste veículo formidável que é o rádio, pois, desde o dia em que passei no teste para locutor, coordenado pelo saudoso Evandro Barros, dois profissionais seriam, na continuidade da minha presença na querida Rádio Caturité, importantíssimos no meu desempenho diante dos microfones. Falo de Hugo Alves e Gabmar Cavalcanti, que atuaram muito tempo juntos no estúdio de gravações da emissora, gravando as crônicas, editando as matérias para os nossos grandes jornais, as novelas produzidas por Evandro Barros, Enildo Siqueira e Deodato Borges. Foram também responsáveis pela finalização dos programas humorísticos da programação do meio dia e do seriado, “As Aventuras do Flama”. Também – ia esquecendo – gravei com eles, o programa semanal “Teatro do outro Mundo”, apesentado todas as sextas-feiras, meia noite. Vivi com eles tudo isso! 

Gabmar e Hugo, além da preocupação com o aspecto técnico dos programas, eram meticulosos e, exigiam de todos nós, o cuidado na interpretação dos textos, na nossa dicção, na pronúncia correta das palavras, enfim, primavam pela perfeição. E o resultado: a Rádio Caturité, no final da década de 60 e durante os anos 80, foi uma verdadeira dor de cabeça para os concorrentes, especialmente, a Rádio Borborema, da qual fui responsável anos depois – 1974 – 1982 – pela sua grade de programação. 

Hugo Alves, ainda hoje continua na Rádio Caturité, como diretor técnico. Um cidadão ético, correto e culto. Extremamente inteligente. Um belo profissional, que sempre perseguiu a perfeição, a qualidade. Gabmar, era um gênio! Não enxergava desde criança. Mas, o problema visual, nunca o impediu de ser um dos mais perfeitos técnicos de áudio que já passaram pelo rádio campinense, além de um incomparável músico. Ele via pelos olhos da alma. Um homem da gargalhada mais gostosa que eu já ouvi. Um amigo, que jamais terei palavras para descrevê-lo. Em síntese: UM HOMEM BOM! Falaremos disso noutra oportunidade. 

Gabmar Cavalcanti, não está mais conosco. Partiu mais cedo, antes do tempo. Um fora de série e um dos mais inteligentes colegas com quem trabalhei. Grande músico, que aos onze anos, no dia 21 de julho de 1954, ganhou projeção nacional, conseguindo o Prêmio Esso Standard do Brasil, com a música de sua autoria ‘Sonhando’, que em seguida seria gravada em um disco de 78 RPM. O então menino Gabmar, por conta disso, foi homenageado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi um momento inesquecível, que foi orgulho para toda Paraíba e, especialmente, a nossa Campina Grande. 

Durante muitos anos, Gabi, como era carinhosamente chamado, integrou o famoso conjunto “Ogírio Cavalcanti”, ao lado do irmão Ogírio e nomes como Serginho do Sax, Golinha do Piston, Arlindo, Giovani (bateria), Silvinha de Alencar (cantora), Ronaldo Soares (cantor) e Kátia Virgínia (cantora de uma voz belíssima), que viria, tempos depois, a ser sua esposa, união que proporcionou o nascimento de três filhos maravilhosos: Alisson, Sheyla e Shirley. 

Gabmar Cavalcanti faleceu no dia 1º de maio de 2016, aos 72 anos. Jamais esquecerei esse grande amigo. Jamais esquecerei a minha turma da Rádio Caturité, e aquele primeiro endereço, na Peregrino de Carvalho, 331, SEGUNDO andar. Para mim, ali foi o começo de tudo na minha vida como jornalista. 

Veja o Álbum Fotográfico:

Foto: Reprodução/Gilson Souto Maior quando começou no Rádio 

                      
                    Foto: Reprodução/Hugo Alves/Criança

Foto: Reprodução/Hugo Alves Dir. Técnico da Rádio Caturité 
                                   
Foto: Reprodução/Gabmar Cavalcanti/Criança/ouvindo Rádio
Foto: Reprodução/Gabmar Cavalcanti/Criança/tocando Acordeon 

Foto: Reprodução/Grupo Ogírio Cavalcanti/Gabmar no piano/Kátia Vírgínia/Cantora

Foto: Reprodução/Gabmar Cavalcanti e esposa Katia Virgínia

O autor do texto História do Rádio - Eu e amigos

Gilson Souto Maior

Pós-graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Regional do Nordeste, antiga URNE, e atualmente Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Professor especialista em Comunicação Social, das disciplinas Radiojornalismo e Estágio Supervisionado de Rádio.

Um homem experiente e conhecedor da radiodifusão paraibana, simples, sério e ético. O professor Gilson também já ministrou na UEPB, as disciplinas Telejornalismo, História do Jornalismo no Brasil, Tópicos da Comunicação, Assessoria de Imprensa e Técnica de Entrevista e Reportagem.

Foto: Reprodução/Gilson Souto Maior
Foto: Reprodução/Gilson Souto Maior e esposa Robéria Souto 
Livro Rádio: História História  e Radiojornalismo, editora a União, lançado por Gilson Souto Maior, em 2015.

Foto: Reprodução
  Postado por Josy Gomes Murta, segunda-feira, 3 de abril de 2017, às 17: 30

Nenhum comentário:

Postar um comentário